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TOXINA BOTULÍNICA, UM POTENTE ALIADO NO TRATAMENTO DE ALGUMAS DORES

A Toxina Botulínica (BTX) tem evoluído de um agente associado ao botulismo para um importante tratamento em diversas áreas da medicina, incluindo o manejo da dor crônica. A BTX, produzida pela bactéria Clostridium botulinum, atua inibindo a liberação de acetilcolina nas junções neuromusculares, o que resulta em paralisia muscular temporária. Esta ação é aproveitada para tratar dores associadas a distúrbios musculares, como a distonia cervical e a espasticidade pós-acidente vascular cerebral (AVC) (Dressler & Saberi, 2019; Charles et al., 2019).

Além do seu efeito sobre a acetilcolina, a BTX tem demonstrado influência sobre outros neurotransmissores e neuropeptídeos envolvidos na transmissão da dor. Estudos recentes sugerem que a BTX pode reduzir a liberação de substância P, glutamato e peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP), que são importantes mediadores da sensibilização periférica e central no processo de dor (Durham & Cady, 2021; Meng et al., 2021). Essa modulação na liberação de neurotransmissores pode explicar a eficácia da BTX no tratamento de cefaleias crônicas, incluindo enxaquecas e cefaleias tensionais (Tepper et al., 2020; Blumenfeld et al., 2020). Curiosamente, as CTT – Cefaléias Tipo Tensão, não são uma unanimidade acadêmica sobre sua responsividade à Toxina Botulínica e estudos mostram que muitos dos casos que responderam ao tratamento com BTX, não eram CTT, mas sim, casos de Migrânea Crônica.

A ação antinociceptiva da BTX, ou seja, sua capacidade de aliviar a dor, é um campo de intensa pesquisa. Estudos sugerem que a BTX pode interromper os ciclos de dor e espasmo muscular ao reduzir a transmissão nociceptiva e a inflamação local. Isso não apenas alivia a dor, mas também pode melhorar a função e a qualidade de vida dos pacientes (Dressler & Adib Saberi, 2020; Safarpour et al., 2020).

Apesar do potencial terapêutico da BTX, seu uso no tratamento da dor deve ser cuidadosamente avaliado. Os efeitos colaterais podem incluir fraqueza muscular, dor no local da injeção e, em casos raros, disseminação da toxina para áreas distantes, resultando em sintomas sistêmicos. Além disso, a duração do alívio da dor é geralmente limitada, exigindo injeções repetidas a cada 3-6 meses (Naumann et al., 2018; Jost et al., 2019).

Em conclusão, a Toxina Botulínica representa uma abordagem promissora para o manejo de diversas condições dolorosas, particularmente aquelas associadas a distúrbios musculares e  algumas cefaleias crônicas. A modulação da liberação de substância P, glutamato e CGRP pode ser um dos mecanismos subjacentes à sua eficácia analgésica. No entanto, a aplicação da BTX deve ser realizada com cautela e sob supervisão de profissionais de saúde devidamente capacitados, levando em consideração os potenciais riscos e benefícios para cada paciente.

Referências:

  • Blumenfeld, A. M., Tepper, S. J., Robbins, L. D., Manack Adams, A., Buse, D. C., Orejudos, A., & Bond, J. C. (2020). Effects of onabotulinumtoxinA treatment for chronic migraine on common comorbidities including depression and anxiety. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 91(3), 353-354.
  • Charles, A., Pozo-Rosich, P., & Aurora, S. K. (2019). Targeting calcitonin gene-related peptide: a new era in migraine therapy. The Lancet, 394(10210), 1765-1774.
  • Dressler, D., & Adib Saberi, F. (2020). Botulinum toxin therapy of pain. Toxins, 12(3), 153.
  • Dressler, D., & Saberi, F. A. (2019). Botulinum toxin therapy of migraine and tension-type headache: comparing different botulinum toxin preparations. Expert Opinion on Biological Therapy, 19(2), 129-133.
  • Durham, P. L., & Cady, R. J. (2021).

 

 

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